Hoje eu percebi o quão profundamente infeliz eu estou. Só hoje é que me dei conta de que eu estou só. Em casa, sinto que todos esperam que eu me torne algo que eu nunca serei. Esperam que eu simplesmente apareça aqui com uma das namoradas que me inventaram, dizendo que pretendo ter uma renca de filhos e um casamento feliz. Esse não sou eu. E por tanto tempo eu tentei me esconder, que agora eu já não sei mais ao certo o que fazer de mim mesmo. Eu não sei lidar com a minha própria vida. Ninguém nunca se importou em me dizer que eu poderia escolher ou como fazer isso. Não se importaram em me ensinar como as coisas são realmente. Acabei perdido, ignorante de tudo que é real e amante de tudo que é impossível. O tempo passa e cada dia parece mais difícil de terminar. Não consigo encontrar nada que me faça feliz. Odeio ser assim. Odeio estar infeliz. Detesto passar todo o tempo pensando em como as coisas poderiam ser diferentes. Odeio, no fim das contas, que a vida seja simplesmente tão cheia de nãos para mim. Porque ao que parece, todos conseguem achar um jeito de arrancar um sim. Eu não. Não quero me sentir assim mas, todas as noites, quando vou me deitar, não consigo achar uma razão para continuar vivendo. Embora eu continue e continuarei. Esperando pela oportunidade de mudar tudo, ou na pior das hipóteses, esperando pelo dia em que eu não terei mais de ser tão infeliz.
É dificil escrever quando não estou sentindo nada relevante. Hoje não estou feliz, não estou triste, não estou com raiva, não estou nada. Portanto, não tenho sobre o que escrever. E no fim das contas, qual o nome desse estado de espírito? "Normal"? Paz não deve ser. Por que dizem que paz é uma coisa boa e eu estou mais próximo do tédio. Isso me brocha. Gosto de escrever aqui. Entendo-me melhor fazendo isso. Até ontem, estive revolucionário: com vontade de mudar o mundo, quebrar tudo; hoje, estou mais afim de dormir e ficar a toa vendo o tempo passar. Gosto de dormir. É bom descançar. Não pensar, não enchergar, não existir. Pelo menos eu me sinto assim dormindo: deixando de existir. Porque eu tenho uma memória péssima e não lembro sobre o que sonhei. E por falar em sonhos, ultimamente eu não ando tendo muitos. Não tenho animo para isso. No começo do ano estava eu pensando: "Esse ano eu vou estudar horrores, passar no vestibular, fazer cursos e panz, minha vida começa aqui." Agora, sinceramente, eu já não sei aonde esses sonhos foram parar. Até a um tempo atrás esses eram realmente os meus objetivos. Até que eu parei para pensar: O que eu quero para minha vida? E eu não consegui achar nada. Eu não sei qual faculdade eu quero, pois não vejo graça em nenhum curso. Até hoje não encontrei nada que me despertasse tanto interesse quanto desperta em algumas pessoas que conheço. Eu escolhi medicina só porque acho interessante. Isso foi o critério mais plausível que eu achei para escolher. Sei lá, estou sem ânimo para nada. A única coisa que me anima é a música e eu sei que até dezembro, é só um sonho distante. O que me desanima mais ainda. Quero um sonho. Quero um objetivo. Quero uma vida decente. Quero não ter que esperar por tudo. Quero ter rios de dinheiro. Quero sexo. Quero tanta coisa, que acho que nem milagre resolve. Minha vida ta um caos e eu não vejo solução alguma. Terminar com ela eu não vou. Mesmo porque eu não tenho coragem e porque eu não pretendo morrer tendo vivido uma vida tão chata. Quero soluções, quero ter possibilidades de resolver isso por mim mesmo, quero independência, quero tempo para pensar, quero sumir e ficar sozinho em um lugar confortável e cheio de comida, quero emagrecer, quero ter fé em alguma coisa, quero acreditar em alguma coisa, quero não ter preguiça de mim mesmo... Enfim, nada que não se possa alcançar se você viver dentro de um filme. Claro que esse não é o meu caso então, vou continuar vivendo minha vida chata e vazia de sentido enquanto der.
Postado por Luiz Azevedo
Sabe, estava eu aqui pensando: eu durmo demais, isso é fato. Mas, por quê? Tenho pensando sobre isso e sempre chego a mesma conclusão: fugir. Eu tenho sono demais porque nada do que eu tenho para fazer durante o dia me atrai. A escola é um saco, só vale a pena porque tem duas pessoas com as quais eu adoro conversar, única coisa da qual sentirei falta e único motivo pelo qual eu não durmo a aula toda. O cursinho é pior ainda. Não suporto ver que eu poderia estar aproveitando tanta coisa mais não consigo por motivos que não vem ao caso e por cansaço também. Tudo na minha vida parece inútil, superficial, fútil, passageiro, ignóbil. Enfim, sem graça. Claro que tem sempre a voz do capeta falando: "ah, mas você não faz nada pra mudar isso, você só sabe reclamar blá blá blá blá". Então eu digo: Capeta, cuide da sua vida. Você já tem muitos problemas, principalmente consigo mesmo. Olhe-se no espelho, perceba sua arrogância em querer julgar os meus atos quando tudo o que você faz nada mais é do que maquiagem para um bando de gente que você nunca viu na vida ficar admirando. Pelo amor! Tudo o que você gosta, faz ou quer fazer é pincelado de medo, insegurança e plasticidade. Fingimento puro! Cresça! Você não é o centro do mundo, ninguém está nem um pouco preocupado com a sua vida ruim e você precisa urgentemente de pênis na vida. Pare de tentar se provar algo que você não é e nunca será. Chega de hipocrisia. A fome no mundo é triste, mas isso não te deu e nunca vai te dar o direito de me julgar se eu jogar comida fora. Enfim, estou emputessido. Não to afim de ficar aguentando mais ninguém no meu pé me dizendo como eu devo ser. O ser sou eu e eu sou como eu bem entender ser. E eu adoro o verbo ser e vou continuar repetindo ele quer a UFMG goste ou não. Poxa! Tudo nesse mundo é julgamentos. Que saco! Eu não quero me enquadrar. Não me chame de eclético porque eu não sou. Eu me dou o direito de odiar certas coisas e não acho que isso seja preconceito, eu experimentei e não gostei. Não sou intolerante também, posso muito bem mudar de idéia, o que aliás eu faço sempre e, tem sempre um infeliz, pra jogar na minha cara o que eu achava antes. E DAÍ? Tanta gente preocupada com o meu passado, olhe para o seu demônio! O capeta hoje vai sofre na minha mão. Capeta, você deveria parar de ser conveniente. Tudo é diferente na sua vida, de acordo com a ocasião. Só porque 70% do seu corp é feito de água, não quer dizer q você seja como ela. Personalidade existe, use-a. Fugi completamente do assunto inicial, depois falo mais daquilo.Vou embora agora, porque se eu continuar assim, vou até amanhã.
Postado por Luiz Azevedo
Não sei por onde começar. Já faz um tempo desde a última vez em que postei, acho que perdi o jeito. Bom, começando do inútil então. Estava relendo algumas postagens antigas e constatei que escrevo muito mal. Teeeeeerrível. Como eu sou barango, credo. Um bando de coisa sem sentido, lamentos, histórinhas pouco criativas. Confesso que fiquei um pouco desapontado. Gostaria de ter produzido pelo menos algúm texto decente. Acho que fui parnasiano demais. Preocupei-me demais em escrever coisas que aparentassem a beleza que eu via em outros escritos, tentei parecer complicado, eloquente; quando na verdade desde sempre eu fui simplório. Nunca tive nenhum objetivo imediato, nunca busquei nada que eu pudesse alcançar. Sempre tive medo. E é de medo que tudo que postei aqui vive empreguinado. Ilusões de uma vida que nunca existiu e eu insisti em encená-la. Talvez por isso tudo me pareça tão ridículo agora. Não consigo achar significado em nada do que eu escrevi, porque nunca fui eu. Sempre foram momentos, o que eu achava que sentia, o que eu esperava sentir. Por pura estupidez eu me escondi atrás de sofrimento para não encarar o mundo, a mim mesmo ou a qualquer outra coisa. Ainda hoje eu vejo que não sou capaz. Sinceramente, eu não quero ser. Eu sei que para sair dessa redoma que me aprisiona será preciso que eu me desaponte com tudo, que eu veja e sinta o mundo como ele é, e eu não quero isso. Eis que me é tão confortável viver sozinho e lamuriante que me recuso a sair do lugar. E essa será a minha vida até que tudo mude. Esse talvez seja o primeiro post sincero que eu escrevi. Ou talvez eu tenha me enganado sobre mim mesmo denovo, e, daqui a algúm tempo, quando eu reler isso, acharei uma centena de erros ortográficos e mais mil outros defeitos, como faço sempre com tudo a minha volta todos os dias. Nunca irei aceitar a idéia de perfeição, pois dela eu já tenho um mundo inteiro para encarar. Mundo esse no qual eu me escondi tão bem, e escondi tão bem, que eu nem mais consigo achar algo para tagarelar sobre.
Postado por Luiz Azevedo
Hoje estou um pouco diferente. Ultimamente tenho estado diferente. Não sei exatamente por que mas, de um dia pro outro, resolvi criar personalidade. Parece mentira, mas aconteceu. Talvez personalidade não seja bem o termo, fazer o que, não achei outro. O fato é que, de uns tempos pra cá, as coisas me parecem mais divididas. Antes, tudo era mais homogêneo: eu tentando conviver bem com as pessoas, gostando de tudo e de todos, desgostando de alguns por que é isso que esperavam de mim... Essas coisas. Nesse momento exato, eu consigo perceber claramente, algumas coisas das quais eu nunca gostei, mas que sempre deixei pra lá. Deixei minha vida nas mãos de outros. Deixei que fizessem comigo o que bem entendessem. E muitas vezes, por pirraça, contrariei certas coisas por estupidez, só para fugir um pouco da rotina. Agora finalmente, parece que consegui ver um pouco melhor quem eu sou. Confeço que fiquei um pouco radical, mas acho que isso irá passar. Começei a tomar de volta para mim mesmo minha própria vida. Sempre achei que deveria estar sempre de bem com todos, e de mal com uns para agradar à maioria. Ou pelo menos é assim que vejo como eu era. Agora eu resolvi que eu não preciso me esforçar. O que eu preciso é me adaptar. Ouvir só o que eu quero ouvir. Fazer só o que eu quiser fazer. Doa a quem doer, isso será eu de agora em diante. Pelo menos até que eu mude denovo.
Postado por Luiz Azevedo
Tenho sono. Não tenho idéia do que me faz ficar acordado, mas aqui estou. Seria interessante quem sabe não ter preocupações, poder dormir em paz. Paz, como alcançá-la? As vezes eu gostaria de nunca ter aberto os olhos. Talvez fosse melhor nunca ter sido. Ou talvez seja eu quem nunca tenha sido o suficiente. Provavelmente nunca encontrarei as respostas de que preciso para vencer a inércia.
Postado por Luiz Azevedo
É tão chato estar só. Não ter alguém que goste de você de uma maneira diferente. Uma pessoa em quem vc confia e se sente bem em estar próximo. Alguém para amar você e ser amado de volta. Só alguém. Que seja imperfeito, chato, irritante, arrogante, prepotente, indeciso e mais uma infinidade de outros defeitos, que são o que eu mesmo tenho a oferecer. Onde estão os amores proíbidos, as paixões absurdas, as batalhas épicas pela amada? Acho que esses sonhos estão reservados a outros. Ou perderam-se para sempre no passado. Sei lá. Eu sei que parece baixa estima mas, é tão dificil se sentir bem consigo mesmo quando não se encontra alguém que goste de você de verdade. Eu sei que tenho culpa nisso. Eu sei que exijo demais dos outros, temo demais as coisas e fujo de certas oportunidades. O problema é que, eu não encontro ninguém que faça com que eu sinta que vale a pena passar por cima de tudo isso. Ninguém que desperte em mim algo além de simplesmente bater cartão. Usar para não enferrujar não dá mais certo para mim. Eu preciso de algo sério, intenso e duradouro. Afinal de contas, qual é a graça de se estar com uma pessoa com a qual você mal consegue conversar por mais de 5 minutos? Chega, eu quero algo real. Essas aventurinhas não dispertam mais nada em mim, além de tédio. Estou de greve terminantemente, até que alguém realmente interessante, que esteja disposto a me fazer feliz e receber tudo aquilo que eu estou pronto a dar de uma forma decente apareça. Revoltei-me. E eu sei que isso talvez não dê em nada, já tive crises dessa antes. Mas, quem sabe dessa vez eu não dê a sorte de encontrar alguém?
Postado por Luiz Azevedo
Como eu invejo os pássaros! Nós seres humanos nos gabamos de ter conquistado o ar, mas não vejo como voar isso que o homem criou. Viajar dentro de uma sala lacrada que, se rompida, termina com a vida de todos em seu interior. Ah, como eu gostaria de ser tão livre quanto eles! Poder ir. Sempre ir. Nunca parando por nada. Acima de tudo e todos. Sem ter de se preocupar com o caminho à frente pois, as pedras, as montanhas, os lagos, as feras, nada significam. Tudo é céu. Tudo é alcançavel. E aqui estou eu. Parado em cima desse desfiladeiro. Um padredão de pedra abissal com algumas plantas enfiadas em rachaduras. Uma grande floresta lá embaixo. Tudo que não posso eu, um simples ser humano alcançar. Como é injusto esse mundo. Ou seria isso justiça? Podemos tudo dentro de nossas cabeças. Ganhamos a capacidade de sonhar. Seria esse o preço a se pagar? A incapacidade de realizá-los? Será que alguém conseguiu escapar desse labirinto que é a razão? Não sei. Não consigo pensar em mais nada, apenas que decidi voar.
Postado por Luiz Azevedo
Neste mundo de fingimentos, eu me pergunto, existe algo que realmente possa me dar alívio? Acho que não. Provavelmente passarei a minha vida toda, até o último segundo esperando um milagre que nunca virá. Culpa minha. Joguei-me de cabeça em um conto de fadas que eu mesmo criei e jamais, jamais conseguirei sair! Ah, como eu desejo poder tornar todos os meus sonhos reais! Dizem que crescemos com o tempo, aprendemos com a vida. Será? Irei eu conseguir esquecer os meus sonhos para trás e fechar os olhos para tudo que foi parte, e quão grande parte, de mim um dia? Não. Porque eu não quero e não tenho forças. Não tenho mesmo. Eu poderia ser muito diferente hoje, e mesmo com tantos problemas, eu sou feliz! Eu sei que reclamo demais mas, isso não quer dizer que eu não aprecie as partes boas da minha vida. Muito pelo contrário. São elas que me mantém inteiro, e é por momentos bons, como poder escrever algumas linhas para uma amiga em seu aniversário; tentar de todas as maneiras possíveis ajudar alguém que é sempre o solo firme onde eu me jogo quando não tenho mais pra onde recorrer; fazer hora com a cara das pessoas. Enfim. Certos momentos que me fazem tão feliz e que no fim das contas, terminam por contrastar ferozmente com a falta que certas coisas me fazem. Eu sinto falta de ter conteúdo. Sinto-me vazio. Quero poder olhar para dentro de mim e ver tudo fervilhar. Quero me abrir completamente e ter o que mostrar! Isso me atormenta. Eu tenho uma garoa dentro de mim quando desejo uma tempestade. Um programa infantil quando desejo um show de horrores! Cara, onde está a minha intensidade? O que há de interessante em mim? Acho que vou acabar me mutilando pra ver se ainda tenho orgãos internos. Definitivamente, não. Dor não é comigo. Saco! Estou divagando. Sinal de que devo ir embora.
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E tornam-se os velhos fantasmas. E tornam-se os velhos problemas. E tornam-se novos desejos. E tornam-se novos ferimentos. E tornam-se algo de que eu jamais vou conseguir me livrar. E tornam-se cada vez mais vivos. E não importa o que eu faça ou o que eu me torne, eles sempre farão parte de mim. Sempre serão a âncora que me impede de seguir adiante. Porque são o que sou. Só há espaço em mim para um de nós, e ao que parece são eles. Eu. Desisti de ser eu a muito tempo. Contentei-me com eles. E fui mais feliz. Ou menos infeliz. Descrente de um futuro promissor. Idiota a ponto de esperar pelo impossível. É tão complicado ser! Já não presto mais atenção no que escrevo, pois não desejo mais achar um sentido. Pois eu mesmo sou sem sentido. À um ponto em que não sou mais capaz de reagir. Não desisti de nada. Também não luto por nada. Agora é o tempo que me prende. E para o tempo, não há solução.
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Hoje eu me senti só. Outra vez. Mas, não como antes. Eu achava que meus problemas haviam desaparecido, mas acho que não era essa a questão. Eles estavam aqui, só que eu havia falado tanto sobre eles, que eles se tornaram chatos, sem importância. Agora eles estão de volta. Dessa vez, porém, eu estou lidando bem com isso. A solidão não veio com desespero, veio como questão a ser solucionada. Ultimamente eu ando me sentindo motivado a correr atrás das coisas. A fazer por mim o que eu quero para mim. Não há ninguém nesse mundo que fará as coisas acontecerem em minha vida. Não porque não possam, porque não querem. E por que haveriam de querer? Quando tem de fazer por si mesmos o que ninguém faz por eles. Eu continuo o mesmo covarde de antes. Continuo me escondendo de tudo. Com medo de tudo. Desejando demais. Arrogante demais. Só que com a diferença de que, eu encontrei uma luz no imenso deserto sem direção em que eu me encontrava. Ela ainda brilha fraca demais pra eu precisar sua direção. Pelo menos eu tenho um norte pra tentar achar agora. Mais do que isso. Tenho forças pra me levantar e tentar buscar esse norte por mim mesmo. As lágrimas continuam aqui. Todos os outros problemas também. E eu continuo sozinho no deserto. Agora, é tempo de sustentar todo esse peso em minhas costas e sofrer adiante, até que um dia ele queime no calor.
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Acho q involuntariamente, eu deixei algo cair pelo caminho. Parece que de alguma forma, uma porta foi aberta dentro de mim e as coisas começaram a escorrer. E tudo se tornou tão superficial. Tanto que muito desapareceu completamente. Pior, deixou um vazio, em que nas bordas, cresceu uma certa aversão. Não, acho q não aversão propriamente dita. É mais indiferença. E é tão forte, que chega a virar tédio. Esse vácuo está me consumindo. Tão rápido que parece que eu estou sumindo com ele. Mais não de uma forma boa. Estou sumindo de mim. Eu não quero me tornar vazio. Juro que não quero. Tenho mais medo de ser vazio, que sofrer. Sofrer pelo menos eu já sei. Eu não quero ser uma casca vazia. É tudo o que eu mais odeio nessa vida. Mas, mesmo dizendo isso, eu não sinto nada! As coisas estão calmas demais dentro de mim! E isso é estranho! Cada vez que eu descubro um problema, ele se resolve! Eu não estou acostumado com isso. Definitivamente. E isso faz com que eu pense, como vai ser daqui pra frente? Eu gostava da tristeza, porque ela me lembrava de que eu amava algo. Agora, eu não sei mais nem se eu amei algo um dia.
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Foram-se elas, as flores. Embora, para onde ninguém jamais as amariam de novo. Ah, as flores. Com sua beleza roubavam-me o coração. Achava que via algo de mim naquelas flores. Mas estava enganado. Não era o que via de mim nelas que eu amava. Era o que faltava em mim. Faltava-me a sua beleza. Faltava-me a sua suavidade. Faltava-me a sua razão de ser. Faltava-me tanto. E sobrava-lhe tanto. E agora não mais o tenho. Pois elas se foram. Sobrara-me a terra. E eu aprendi que antes de tudo, amei a terra. Amei o que ela produziu. Aprendi que mesmo o fogo, que arraza com tudo, não a levará embora. Aprendi que a terra não tem o mesmo brilho das flores, pois esteve sempre aqui, é cotidiana. Mas, aprendi também que ela sempre esteve aqui, olhando por mim. Esperando que chegasse a sua vez de ser amada denovo. E mesmo que novas flores nascam, como eu sei que irão nascer, na próxima primavera, e eu por algúm momento esqueça, ela ali estará. E vi hoje, o que não havia visto antes. Na terra, não vejo tanto de mim. Mas, ela não me fere. Não lhe sobra nada, que ela não possa me doar. E em minha ingratidão, esqueci-me de retribuir. E na próxima primavera, quando as flores nascerem, dela lembrarei. E quando meu coração sentir saudades , restar-me-á perecer como as flores. E à terra tornarei. Para retribuír o amor que nunca antes havia reparado.
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Não quero ser forte, quero ser eu. Quero que me amem pelo que eu sou. Quero que me vejam pelo que eu sou. E se virem e não gostarem, quero não me importar. Não me preocupar. Não saber. Não gostar. Sentir raiva e me expressar. E por querer eu digo desejar, de todo meu coração. E por desejo eu digo utopia, pois não tenho coragem de pensar.
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Azul. Nunca gostei muito de azul. Mas, sempre me lembrarei de um azul em específico. Branco. Simpatizo com ele. É forte mais sem ser agressivo. Era aconchegante. Preto. Meu favorito. Discreto, sem perder a imponência. Desarrumado, caracteristico. Os passos leves. Os movimentos fortes. Os tempos felizes. Onde eles foram parar? Junto com todos os meus outros sonhos. Num lugar onde ninguém consegue vê-los. Meu lugar. Eu.
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às
18:21
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hoje eu descobri o que é viver. É tudo que para mim, cada vez mais, se torna inalcansável. Querido diário, onde as pessoas encontram tanta felicidade? Tanta coragem? Tanto amor? Onde elas se encontram? Quantas almas gêmeas cada um pode ter? Será que alguém pegou a minha por engano? Ou será que eu nasci completo? Se é assim, por que eu não me sinto completo? Existe mais alguém q se sinta assim, além de mim? Eu espero demais da vida? Eu espero demais dos outros? Deveria eu ser diferente? Ou ser igual? Por que, não sei se você reparou, mais existe tanta gente nesse mundo que é realmente feliz e encontrou tudo o que eu procuro com tanto desespero. Eu devo ser o problema. Não consigo me encaixar. Quanto mais eu tento achar algo parecido comigo, mais eu me sinto sozinho. Eu sei que nada é perfeito e que alguma coisa sempre vai ser diferente do que eu espero, mas...eu não espero nada demais! Só espero o que todo mundo também espera. Eu desejo o que todos desejam. E o que eu vejo é que, todos encontram eventualmente. Só eu não. Pergunto-me se eu sou tão insuportável assim. Tudo parece dar certo à minha volta. Começo a me sentir cansado. Cansado de ter de querer tanto. A conciência trouxe consigo, pelo menos para mim, tudo o que eu gostaria de não ter. Sentimentos. Razão. Um eu. Que ninguém mais reconheçe. Superficial. Fútil. Egoísta. Invejoso. Desejoso. Temeroso. Arrogante. Desesperado. Quando vai chegar a minha vez? Os meus sonhos, querido diário, quando eles se tornarão reais?
Postado por Luiz Azevedo
às
17:48
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Nunca havia reparado na beleza do céu a noite. Encobrindo-nos à distancia por todas as direções. Inescapável. As vezes estrelas brilham. As vezes as nuvens tomam conta. A lua sempre mutável. Profundo. Porém distante. Jamais alguém tocou o céu. Pelo menos não verdadeiramente. Assim eu me considerava. Meu corpo já não era mais o que eu chamava de eu. Ele havia assumido uma personalidade própria, que buscava sobrevivência. Enquanto eu, buscava sobreviver também. Não da forma física, como meu corpo. Tentava permanecer inteira. Custurando os pedaços que caíam pelo caminho. Arrastando partes mortas. Era tudo que eu possuía. Tanto tiraram de mim. Usaram-me de tantas formas. Meu corpo, um estranho, já não mais me reconhecia. Nem eu à ele. Enquanto lágrimas escorriam pela minha alma, um belo sorriso brilhava à quem pagasse mais. Agora que eu já não valia mais nada, nem reconheçia meu rosto ou as pessoas a minha volta. Este é o momento em que eu decidí descançar.
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