Talvez eu lute contra o destino, não sei. Às vezes eu exijo e me bato contra as chances. Mas é só por que, para mim, amar não é matemática, não é questão daquilo que faz mais sentido ou que seja mais provável... As pessoas não se juntam porque podem estar juntas, elas se amam porque devem se amar. E o meu amor é dever rude, que, em toda sua brutalidade, não aceita ser direcionado.Ele vem e fica um tempo... Depois se vai e eu fico esperando, acariciando as rachaduras que aos poucos cicatrizam em minha alma. Guardo todos os papéis rasgados comigo, que é pra me lembrar de não pensar que eu tenha alguma vontade no que diz respeito a mim mesmo. Embora eu ainda seja racional demais. Quero me livrar de todos os pesos que me pressionam. O problema é que eu não sei não me importar. Faz parte de mim me preocupar e ponderar. E temer, acima de tudo. Mas, de pouco em pouco, o cansaço encobre o que me resta de medo e, algum dia, hei de acabar em sombra. Hoje, nesse instante, com todas os momentos felizes que vivi e todos as lembranças doloridas: eu não sou o suficiente para existir.
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- Luiz Azevedo
- Alguém que gosta de ler e escrever, mas se deixa levar demais pelas lamentações...
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