Sexta-feira à noite.

Desapontar-se consigo mesmo é a pior das maldades que alguém pode fazer a si. E, no entanto, é inevitável. Gostaria de ser mais generoso com minhas fraquezas, mas elas levam de mim o que mais necessito. As chances escorrem-me por entre os dedos, mas o medo de fechá-los, muitas vezes, me faz soltar os braços, para ajudar a sorte a ir embora mais rápido. Dê-me a maior chance de todas, e eu não conseguirei aproveitá-la. Temo já tê-la recebido e, sem perceber, no reflexo de não olhar para o que jogo pela janela, deixei-a passar. Provavelmente sacrifiquei-a ao Deus que o Medo se tornou dentro do templo de que fiz  minha alma covarde. Rezo para ele, todos os dias, a oração final, a única coisa que me cabe, pois esta é a maior de todas as tristezas: pedir desculpas a mim mesmo, e não poder me perdoar.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015 às 21:00

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