Tenho medo de ter me perdido em algum lugar distante demais para eu lembrar. Ou pequeno demais para eu achar, mesmo que tenha tempo de voltar tudo. Não me sinto bem. Não me sinto nada bem. Cada uma de minhas decisões estão deixando ver seus resultados e nenhum deles é agradável. Não me sinto feliz com nada do que se me apresenta. E, no entanto, não sei o que fazer. Se alguém me desse, nesse momento, livre escolha: não teria o que dizer. Quero apenas uma coisa nessa vida, mas não é possível viver simples. Não é possível viver uma única vida. Estou parado no tempo e o tempo, no entanto, não para. E eu queria tanto ser como todo mundo...
Talvez eu lute contra o destino, não sei. Às vezes eu exijo e me bato contra as chances. Mas é só por que, para mim, amar não é matemática, não é questão daquilo que faz mais sentido ou que seja mais provável... As pessoas não se juntam porque podem estar juntas, elas se amam porque devem se amar. E o meu amor é dever rude, que, em toda sua brutalidade, não aceita ser direcionado.Ele vem e fica um tempo... Depois se vai e eu fico esperando, acariciando as rachaduras que aos poucos cicatrizam em minha alma. Guardo todos os papéis rasgados comigo, que é pra me lembrar de não pensar que eu tenha alguma vontade no que diz respeito a mim mesmo. Embora eu ainda seja racional demais. Quero me livrar de todos os pesos que me pressionam. O problema é que eu não sei não me importar. Faz parte de mim me preocupar e ponderar. E temer, acima de tudo. Mas, de pouco em pouco, o cansaço encobre o que me resta de medo e, algum dia, hei de acabar em sombra. Hoje, nesse instante, com todas os momentos felizes que vivi e todos as lembranças doloridas: eu não sou o suficiente para existir.
Postado por Luiz Azevedo
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