Redescubro que sou um rio, que corre como um milhão de cavalos desesperados em direção à... que? Quero parar essas minhas águas doentes, pois corro cansado. Quero ser sólido, pela primeira vez. Formei-me gelo outro dia e congelado, pensei ter conseguido alguma forma. Porém, vindo o degelo, me desfiz em corredeiras dolorosamente duras e ainda menos sólidas do que jamais foram. Quero ser rocha. Vejo pedras, montanhas, desfiladeiros...estátuas... O amor é assim, como um gigante de diamante. Translúcido e absolutamente sólido. Forte e geométrico, sabe exatamente aonde vai pois se move na medida de sua vontade. Não conhece a tensão, apenas a calma brisa de uma vida tranquila. Não tem pressa, já que a pressa pertence ao tempo e o tempo... o tempo é das águas.
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- Luiz Azevedo
- Alguém que gosta de ler e escrever, mas se deixa levar demais pelas lamentações...
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