Vazio?

Acho q involuntariamente, eu deixei algo cair pelo caminho. Parece que de alguma forma, uma porta foi aberta dentro de mim e as coisas começaram a escorrer. E tudo se tornou tão superficial. Tanto que muito desapareceu completamente. Pior, deixou um vazio, em que nas bordas, cresceu uma certa aversão. Não, acho q não aversão propriamente dita. É mais indiferença. E é tão forte, que chega a virar tédio. Esse vácuo está me consumindo. Tão rápido que parece que eu estou sumindo com ele. Mais não de uma forma boa. Estou sumindo de mim. Eu não quero me tornar vazio. Juro que não quero. Tenho mais medo de ser vazio, que sofrer. Sofrer pelo menos eu já sei. Eu não quero ser uma casca vazia. É tudo o que eu mais odeio nessa vida. Mas, mesmo dizendo isso, eu não sinto nada! As coisas estão calmas demais dentro de mim! E isso é estranho! Cada vez que eu descubro um problema, ele se resolve! Eu não estou acostumado com isso. Definitivamente. E isso faz com que eu pense, como vai ser daqui pra frente? Eu gostava da tristeza, porque ela me lembrava de que eu amava algo. Agora, eu não sei mais nem se eu amei algo um dia.

sábado, 25 de abril de 2009 às 20:35 , 0 Comments

Canteiro

Foram-se elas, as flores. Embora, para onde ninguém jamais as amariam de novo. Ah, as flores. Com sua beleza roubavam-me o coração. Achava que via algo de mim naquelas flores. Mas estava enganado. Não era o que via de mim nelas que eu amava. Era o que faltava em mim. Faltava-me a sua beleza. Faltava-me a sua suavidade. Faltava-me a sua razão de ser. Faltava-me tanto. E sobrava-lhe tanto. E agora não mais o tenho. Pois elas se foram. Sobrara-me a terra. E eu aprendi que antes de tudo, amei a terra. Amei o que ela produziu. Aprendi que mesmo o fogo, que arraza com tudo, não a levará embora. Aprendi que a terra não tem o mesmo brilho das flores, pois esteve sempre aqui, é cotidiana. Mas, aprendi também que ela sempre esteve aqui, olhando por mim. Esperando que chegasse a sua vez de ser amada denovo. E mesmo que novas flores nascam, como eu sei que irão nascer, na próxima primavera, e eu por algúm momento esqueça, ela ali estará. E vi hoje, o que não havia visto antes. Na terra, não vejo tanto de mim. Mas, ela não me fere. Não lhe sobra nada, que ela não possa me doar. E em minha ingratidão, esqueci-me de retribuir. E na próxima primavera, quando as flores nascerem, dela lembrarei. E quando meu coração sentir saudades , restar-me-á perecer como as flores. E à terra tornarei. Para retribuír o amor que nunca antes havia reparado.

segunda-feira, 20 de abril de 2009 às 20:54 , 0 Comments

Covardia

Não quero ser forte, quero ser eu. Quero que me amem pelo que eu sou. Quero que me vejam pelo que eu sou. E se virem e não gostarem, quero não me importar. Não me preocupar. Não saber. Não gostar. Sentir raiva e me expressar. E por querer eu digo desejar, de todo meu coração. E por desejo eu digo utopia, pois não tenho coragem de pensar.

domingo, 19 de abril de 2009 às 20:30 , 0 Comments

Sonho

Azul. Nunca gostei muito de azul. Mas, sempre me lembrarei de um azul em específico. Branco. Simpatizo com ele. É forte mais sem ser agressivo. Era aconchegante. Preto. Meu favorito. Discreto, sem perder a imponência. Desarrumado, caracteristico. Os passos leves. Os movimentos fortes. Os tempos felizes. Onde eles foram parar? Junto com todos os meus outros sonhos. Num lugar onde ninguém consegue vê-los. Meu lugar. Eu.

às 18:21 , 0 Comments

Querido diário...

hoje eu descobri o que é viver. É tudo que para mim, cada vez mais, se torna inalcansável. Querido diário, onde as pessoas encontram tanta felicidade? Tanta coragem? Tanto amor? Onde elas se encontram? Quantas almas gêmeas cada um pode ter? Será que alguém pegou a minha por engano? Ou será que eu nasci completo? Se é assim, por que eu não me sinto completo? Existe mais alguém q se sinta assim, além de mim? Eu espero demais da vida? Eu espero demais dos outros? Deveria eu ser diferente? Ou ser igual? Por que, não sei se você reparou, mais existe tanta gente nesse mundo que é realmente feliz e encontrou tudo o que eu procuro com tanto desespero. Eu devo ser o problema. Não consigo me encaixar. Quanto mais eu tento achar algo parecido comigo, mais eu me sinto sozinho. Eu sei que nada é perfeito e que alguma coisa sempre vai ser diferente do que eu espero, mas...eu não espero nada demais! Só espero o que todo mundo também espera. Eu desejo o que todos desejam. E o que eu vejo é que, todos encontram eventualmente. Só eu não. Pergunto-me se eu sou tão insuportável assim. Tudo parece dar certo à minha volta. Começo a me sentir cansado. Cansado de ter de querer tanto. A conciência trouxe consigo, pelo menos para mim, tudo o que eu gostaria de não ter. Sentimentos. Razão. Um eu. Que ninguém mais reconheçe. Superficial. Fútil. Egoísta. Invejoso. Desejoso. Temeroso. Arrogante. Desesperado. Quando vai chegar a minha vez? Os meus sonhos, querido diário, quando eles se tornarão reais?

às 17:48 , 0 Comments