É dificil escrever quando não estou sentindo nada relevante. Hoje não estou feliz, não estou triste, não estou com raiva, não estou nada. Portanto, não tenho sobre o que escrever. E no fim das contas, qual o nome desse estado de espírito? "Normal"? Paz não deve ser. Por que dizem que paz é uma coisa boa e eu estou mais próximo do tédio. Isso me brocha. Gosto de escrever aqui. Entendo-me melhor fazendo isso. Até ontem, estive revolucionário: com vontade de mudar o mundo, quebrar tudo; hoje, estou mais afim de dormir e ficar a toa vendo o tempo passar. Gosto de dormir. É bom descançar. Não pensar, não enchergar, não existir. Pelo menos eu me sinto assim dormindo: deixando de existir. Porque eu tenho uma memória péssima e não lembro sobre o que sonhei. E por falar em sonhos, ultimamente eu não ando tendo muitos. Não tenho animo para isso. No começo do ano estava eu pensando: "Esse ano eu vou estudar horrores, passar no vestibular, fazer cursos e panz, minha vida começa aqui." Agora, sinceramente, eu já não sei aonde esses sonhos foram parar. Até a um tempo atrás esses eram realmente os meus objetivos. Até que eu parei para pensar: O que eu quero para minha vida? E eu não consegui achar nada. Eu não sei qual faculdade eu quero, pois não vejo graça em nenhum curso. Até hoje não encontrei nada que me despertasse tanto interesse quanto desperta em algumas pessoas que conheço. Eu escolhi medicina só porque acho interessante. Isso foi o critério mais plausível que eu achei para escolher. Sei lá, estou sem ânimo para nada. A única coisa que me anima é a música e eu sei que até dezembro, é só um sonho distante. O que me desanima mais ainda. Quero um sonho. Quero um objetivo. Quero uma vida decente. Quero não ter que esperar por tudo. Quero ter rios de dinheiro. Quero sexo. Quero tanta coisa, que acho que nem milagre resolve. Minha vida ta um caos e eu não vejo solução alguma. Terminar com ela eu não vou. Mesmo porque eu não tenho coragem e porque eu não pretendo morrer tendo vivido uma vida tão chata. Quero soluções, quero ter possibilidades de resolver isso por mim mesmo, quero independência, quero tempo para pensar, quero sumir e ficar sozinho em um lugar confortável e cheio de comida, quero emagrecer, quero ter fé em alguma coisa, quero acreditar em alguma coisa, quero não ter preguiça de mim mesmo... Enfim, nada que não se possa alcançar se você viver dentro de um filme. Claro que esse não é o meu caso então, vou continuar vivendo minha vida chata e vazia de sentido enquanto der.
Sabe, estava eu aqui pensando: eu durmo demais, isso é fato. Mas, por quê? Tenho pensando sobre isso e sempre chego a mesma conclusão: fugir. Eu tenho sono demais porque nada do que eu tenho para fazer durante o dia me atrai. A escola é um saco, só vale a pena porque tem duas pessoas com as quais eu adoro conversar, única coisa da qual sentirei falta e único motivo pelo qual eu não durmo a aula toda. O cursinho é pior ainda. Não suporto ver que eu poderia estar aproveitando tanta coisa mais não consigo por motivos que não vem ao caso e por cansaço também. Tudo na minha vida parece inútil, superficial, fútil, passageiro, ignóbil. Enfim, sem graça. Claro que tem sempre a voz do capeta falando: "ah, mas você não faz nada pra mudar isso, você só sabe reclamar blá blá blá blá". Então eu digo: Capeta, cuide da sua vida. Você já tem muitos problemas, principalmente consigo mesmo. Olhe-se no espelho, perceba sua arrogância em querer julgar os meus atos quando tudo o que você faz nada mais é do que maquiagem para um bando de gente que você nunca viu na vida ficar admirando. Pelo amor! Tudo o que você gosta, faz ou quer fazer é pincelado de medo, insegurança e plasticidade. Fingimento puro! Cresça! Você não é o centro do mundo, ninguém está nem um pouco preocupado com a sua vida ruim e você precisa urgentemente de pênis na vida. Pare de tentar se provar algo que você não é e nunca será. Chega de hipocrisia. A fome no mundo é triste, mas isso não te deu e nunca vai te dar o direito de me julgar se eu jogar comida fora. Enfim, estou emputessido. Não to afim de ficar aguentando mais ninguém no meu pé me dizendo como eu devo ser. O ser sou eu e eu sou como eu bem entender ser. E eu adoro o verbo ser e vou continuar repetindo ele quer a UFMG goste ou não. Poxa! Tudo nesse mundo é julgamentos. Que saco! Eu não quero me enquadrar. Não me chame de eclético porque eu não sou. Eu me dou o direito de odiar certas coisas e não acho que isso seja preconceito, eu experimentei e não gostei. Não sou intolerante também, posso muito bem mudar de idéia, o que aliás eu faço sempre e, tem sempre um infeliz, pra jogar na minha cara o que eu achava antes. E DAÍ? Tanta gente preocupada com o meu passado, olhe para o seu demônio! O capeta hoje vai sofre na minha mão. Capeta, você deveria parar de ser conveniente. Tudo é diferente na sua vida, de acordo com a ocasião. Só porque 70% do seu corp é feito de água, não quer dizer q você seja como ela. Personalidade existe, use-a. Fugi completamente do assunto inicial, depois falo mais daquilo.Vou embora agora, porque se eu continuar assim, vou até amanhã.
Postado por Luiz Azevedo
Não sei por onde começar. Já faz um tempo desde a última vez em que postei, acho que perdi o jeito. Bom, começando do inútil então. Estava relendo algumas postagens antigas e constatei que escrevo muito mal. Teeeeeerrível. Como eu sou barango, credo. Um bando de coisa sem sentido, lamentos, histórinhas pouco criativas. Confesso que fiquei um pouco desapontado. Gostaria de ter produzido pelo menos algúm texto decente. Acho que fui parnasiano demais. Preocupei-me demais em escrever coisas que aparentassem a beleza que eu via em outros escritos, tentei parecer complicado, eloquente; quando na verdade desde sempre eu fui simplório. Nunca tive nenhum objetivo imediato, nunca busquei nada que eu pudesse alcançar. Sempre tive medo. E é de medo que tudo que postei aqui vive empreguinado. Ilusões de uma vida que nunca existiu e eu insisti em encená-la. Talvez por isso tudo me pareça tão ridículo agora. Não consigo achar significado em nada do que eu escrevi, porque nunca fui eu. Sempre foram momentos, o que eu achava que sentia, o que eu esperava sentir. Por pura estupidez eu me escondi atrás de sofrimento para não encarar o mundo, a mim mesmo ou a qualquer outra coisa. Ainda hoje eu vejo que não sou capaz. Sinceramente, eu não quero ser. Eu sei que para sair dessa redoma que me aprisiona será preciso que eu me desaponte com tudo, que eu veja e sinta o mundo como ele é, e eu não quero isso. Eis que me é tão confortável viver sozinho e lamuriante que me recuso a sair do lugar. E essa será a minha vida até que tudo mude. Esse talvez seja o primeiro post sincero que eu escrevi. Ou talvez eu tenha me enganado sobre mim mesmo denovo, e, daqui a algúm tempo, quando eu reler isso, acharei uma centena de erros ortográficos e mais mil outros defeitos, como faço sempre com tudo a minha volta todos os dias. Nunca irei aceitar a idéia de perfeição, pois dela eu já tenho um mundo inteiro para encarar. Mundo esse no qual eu me escondi tão bem, e escondi tão bem, que eu nem mais consigo achar algo para tagarelar sobre.
Postado por Luiz Azevedo
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